MEUS PAIS
Trabalharam sem descanso meus pais
O lema "lutar" sem repouso e conforto
Ser fortes pressionava cada vez mais.
Havia pressa - filhos cresciam, comiam.
Papai - atleta sem academia, musculoso
Causava respeito e inveja aos que o viam.
Mamãe, solitária nos afazeres, intelectual
Acumulava funções e escondia seus ais.
Dos filhos modelos, sem questionamentos
Garantia de subsistência e progresso
Infalíveis protetores nos maus momentos
Crença equivocada:vida eterna,sucesso.
Até que veio a interrupção bruta, inesperada
Um misto de dor e medo, enorme retrocesso
Explosão de emoções, olhares perdidos, nada.
Escuridão!
Ela se foi, depois ele... Nossa vida ficou aguada...
02/03/2025
Essa cartnha é para você, minha cachorrinha suja, feia, mas amada. Eu acabara de chegar ao mundo e já estava fazendo amizade com quem de fato merecia. Dizem que os adultos devem prestar atenção às crianças para aprender com elas. Estou aqui, olhando-me sentada no chão da fazenda da minha avó Maria que (me contaram) era apaixonada por mim. Faço um esforço enorme para lembrar dela, mas não consigo trazê-la de volta. Foram só 2 anos e meio de um amor intenso.Nunca me contaram se essa foto foi tirada antes ou depois que ela se foi subitamente. Ou será que foi exatamente naquele dia? Usavam tirar foto das pessoas mortas dentro do caixão. Pode ser que tenham aproveitado a oportunidade. Será que eu me agarrava à você, cachorrinha, para adquirir forças ou me compensar de tão grande perda. enquanto os adultos velavam o corpo?Contam que minha avó Maria era linda, sorridente, comunicativa, valente. Ela montava cavalo e, depois que ficou viúva, usava um revólver calibri 32 dentro da camisa para se defender dos assédios e assaltantes. Às vezes me imagino na garupa dela com o cavalo trotando pelos pastos da fazenda. Noutras vezes eu choro de saudades. É uma saudade gigante do que a vida não deu ao seu lado. Essa lacuna nunca será preenchida.
Qual terá sido o tamanho da compensação que você, cachorrinha, me deu?
Bsb, 06/05/2024
BÁRBARA
Benza-te Deus em teus projetos
Abençoa tua saúde e teus caminhos
Remove deles pedras e seres abjetos.
Benfazejos sejam os teus e teu ninho
Ainda que haja labuta e cansaço
Reinarão paz, amor, carinho
Afagos com muitos beijos e abraços
Bsb, 16/02/2024
Neste começo de ano, a dengue tornou-se a pandemia mais preocupante na maior parte do Brasil, especialmente em Brasília. Os casos de Covid, chicungunha e outras viroses continuam existindo concomitantemente. Mas a dengue se tornou a protagonista do teatro institucional e da imprensa. Na minha família há pelo menos dois casos de dengue. Resolvi então preparar para nós um repelente caseiro, à base de citronela, planta que temos em abundância na horta e que é fácil de conseguir em outros locais próximos. Acrescento cravo da índia, álcool, fixador de sabão de coco e essências perfumadas. Coloco em um pulverizador pequeno de plástico e aplico na casa ao anoitecer, ainda com as janelas e portas bem abertas para que os pernilongos e outros insetos saiam. Afinal, eles geralmente não morrem. Fogem! Depois de alguns minutos, fecho bem a casa para evitar que retornem. Contei no Grupo Amigos da Horta sobre o repelente, que é eficaz e barato, e que não contém substâncias prejudiciais a crianças e animais domésticos.
Em poucos minutos, começaram a chegar encomendas. Resolvi topar o desafio e, enquanto eu preparava os 10 primeiros frascos de 500 ml, já havia chegado mais duas dezenas de pedidos. Necessitei ir às pressas ao mercado comprar os insumos e as embalagens que faltavam e pus-me a produzir o repelente todos os dias durante duas semanas, até altas horas da noite. Fiquei exausta porque os pedidos chegavam, desde o interfone da minha casa até as mais variadas mídis sociais em que participo. Eu devia preparar o composto, anotar pedidos, conferir os créditos do PIX, entregar encomendas, dar baixa na listagem, atender ao telefone, conversar com os que apareciam na minha porta em horários não programados. UFA!
Resultado: fechei a fábrica, pelo menos até depois do carnaval.
Em fevereiro de 2020, resolvi comemorar meu aniversário à bordo de um navio turístico brasiliero, quefazia a rota Rio de Janeiro - Salvador, ida e volta, em uma semana.
Navio muito bonito, preço bem acessível, com pagamento dividido em 10 parcelas. O serviço de restaurante muito ruim, passageiros em sua maioria barulhentos e esfomeados, Área de lazer super lotada, piscina cheia, cadeirs e mesas demais, gente mal educada. Várias vezes preferi caminhar por onde era possível ou ficar observando a natureza, a água do mar batendo na proa e os movimentos dos animais marinhos. A certa altura, lá para os lados de Ilhéus, fomos acompanhados por bandos de pássaros grandes de corpo branco, asas escuras, que ora se aproximavam muito do navio, ora desciam e mergulhavam para pescar. Depois de várias tentativas consegui fazer uma bela foto. Mas ainda não sei qual é a espécie de pássaros é aquela.