Fui visitar a nova unidade da Associação, que ofereceu algumas modalidades esportivas a preços abaixo do mercado para pessoas com mais 60 anos.
Tudo muito limpo e organizado. No entanto, gerenciado com uma burocracia e padrão de servidores indesejável e até desagradável.
Ao chegar pedi na recepção para ir à Academia de ginástica. De cara, no balcão de atendimento, tive que responder a um longo questionário para me cadastrarem. Ansiosa para começar logo os exercícios, me deparei com uma barreira: o encaminhamento ao médico de plantão "por causa da idade". Comprensível!
Na recepção do consultório, novo cadastramento, mais perguntas e informações de praxe. Agendamento? Para o dia seguinte. Paciência!
No consultório, nova bateria de perguntas, muitas delas penso que sem relação com fazer ginástica, como por exemplo "onde você nasceu, quantos partos, tem alergia a insetos...".
Meia hora depois fui reprovada, recebi um pedido de muitos novos exames ( os que levei não serviam para avaliar). Finalmente, fui encaminhada ao cardiologista "por causa da sua idade". Apelei! "Sinto-me discriminada".
Em casa, pensei melhor. Afinal já estava mesmo na época de voltar ao cardiologista. Fiz todos os exames solicitados, agendei consulta e retornei ao cardiologista, que finalmente me entregou um atestado onde, não só permitia, como determinava que eu praticasse exercícos físicos.
Agendei, através do whatts up, o retorno à médica que havia me reprovado. Depois de passar pela burocracia do atendimento, cheguei finalmente à recepção do consultório, que não conseguiu visualizar no sistema o agendamento da consulta. Pediram para ver a mensagem que confirmava a minha informação. Seria eu mentirosa? Provei que não! Afinal, por que iria mentir?
Os quatro ou cinco funcionários, que estavam batendo papo quando cheguei ao local, ficaram confusos. Mandaram-me para a sala de triagem, onde mediram minha pressão arterial, oxigenação, altura, peso, circunferência abdominal e tentaram me engambelar.
Aquela situação já me incomodava bastante. Eis que entra na sala de triagem uma das recepcionistas para me dar o golpe de misericórdia. "Senhora, teremos que remarcar a sua consulta. É que a médica teve um imprevisto e não poderá atendê-la hoje".
Novamente em casa, recebo duas mensagens padrão. Uma delas sobre a remarcação da consulta acompanhada de várias observações quanto às minhas responsabilidades, inclusive a de que, se eu faltar ou chegar atrasada, terei que pagar multa; a outra mensagem me imputa responsabilidades por não ter comunicado com antecedência que iria faltar à consulta, aquela que não ocorreu porque "a médica teve um imprevisto".
Então respondi a mensagem, perguntando ao anonimato como serei indenizada pelos prejuízos de ter me preparado, me deslocado, esperado por um atendimento, que não ocorreu por incompetência e desordem administrativa dos funcionários e da empresa para a qual trabalham.