Que tudo é efêmero ninguém nega,
Poucos compreendem o significado.
Alguns acordam para a realidade,
Quando têm sua vida ameaçada.
Se não há sobre nosso planetinha
O que não possa ser transformado,
Por que, afoito, adoto luta renhida
contra a marcha do destino traçado?
Quem sou eu afinal?
Sou rei destronado, intangível,
Sub nano navegante sem identidade.
Sou guerreiro perdido na rala vegetação,
Meu grito de guerra é inaudível,
Minhas armas são bolhas de sabão.
Efêmero, frágil, dependente
Não sou a melhor das espécies.
Na cadeia alimentar sou dissidente
Incomunicável, ignorante, incompetente.
Mal leio e interpreto minha linguagem.
Sejamos persistentes como a vegetação
Que teima em crescer apesar de nós.
Estejamos atentos aos sinais do nosso cão
Que festeja à distância o som da nossa voz.
Sejamos efêmeros com dignidade!
Deixemos de ser da Terra seu algoz.
Vamos despertar deste sonho ruim,
Maltratá-la é decretar a aceleração
Do nosso fim.
Bsb, 11/11/2023