"A única ilusão boa é acreditar em Papai Noel."
Mônica Machado
Naquele dia, ao anoitecer, mamãe disse:
“Hoje é Natal. As crianças vão ganhar presentes do Papai Noel.
“Então eu vou ficar acordada para falar com ele”. respondi
“ Não pode ser assim. Vamos todos dormir. Antes, eu vou colocar o seu sapatinho e o do seu irmão aqui na janela da dispensa."
Então eu me lembrei da imagem que havia visto em uma Revista antiga. E dormi sonhando com a sua visita naquela carruagem chique, conduzida por duas renas.
Depois do ritual e das orações ao Papai do Céu para agradecer e pedir proteção, mamãe apagou a lamparina e fomos dormir. Que alegria no dia seguinte! Havia balas, suspiros, meias, roupas, um joguinho de damas em cima e ao lado do meu sapatinho. Meu irmão ganhou também uma botina nova e uma bola de couro.
Nessa época estávamos nas terras, que constituíam a fazenda do papai. A casa era muito simples, construída com suas próprias mãos. Na semana anterior, a mamãe havia ido à cidade de carona na camionete do meu padrinho para receber o seu minguado salário de professora rural do Estado de Goiás. Aproveitou para comprar os nossos presentes de Natal, mas escondeu as compras para que não víssemos com antecedência.
Essa é minha primeira lembrança do Natal.
Simples assim...
Obs.: Minha mensagem é: Não tire a ilusão das crianças precocemente. Isto poderá fazer-lhes falta na velhice.
Foto: Google