Sandra Fayad Bsb
Minhocário de Palavras
Textos
Por Sandra Fayad
Dizia o filósofo: "...vais errar e acertar, terás medo e coragem, tristezas e alegrias... arrependimento do que fizeste e do que não fizeste".
Inesperadamente, estavas a menos de um metro de distância naquele self service. Senti nos teus gestos e no teu olhar que ficaste agitado na minha presença.
Tua energia perturbou-me, desestabilizou-me. O que estava havendo? Seria meu perfume? Seria minha imagem pública? Incomodada, indaguei-me: O que há em mim que o agita?
Depois percebi que escolheste uma mesa central! Querias ver-me sem máscara? Veio o pânico que gritou aos meus ouvidos: Fuja! fuja! Sentei-me - gelada - longe dos teus olhos, mas sem apetite. Apavorada, levantei-me logo. Preparei-me para fugir. Movimentei-me em direção à saída e passei por ti. Ouvi tua voz contrariada dizer-me: "adeus". Virei-me, em pânico. Vi os teus olhos pedirem: "Fica!", mas respondi com voz trêmula: "adeus". Parti trôpega. Minutos depois... multiplicava-se em mim o virus do arrependimento por não ter ficado, por não ter voltado. Teu agito, teu olhar, tua voz não me deixam em paz. Empurraram-me de volta ao restaurante, uma, duas, três vezes. Desolada, vi que não estavas lá. Todas as noites fecho os olhos e vejo os teus gestos, teu olhar, tua voz repetidos como música tocada em um disco de vinil arranhado. Onde estarás?
Inesperadamente, estavas a menos de um metro de distância naquele self service. Senti nos teus gestos e no teu olhar que ficaste agitado na minha presença.
Tua energia perturbou-me, desestabilizou-me. O que estava havendo? Seria meu perfume? Seria minha imagem pública? Incomodada, indaguei-me: O que há em mim que o agita?
Depois percebi que escolheste uma mesa central! Querias ver-me sem máscara? Veio o pânico que gritou aos meus ouvidos: Fuja! fuja! Sentei-me - gelada - longe dos teus olhos, mas sem apetite. Apavorada, levantei-me logo. Preparei-me para fugir. Movimentei-me em direção à saída e passei por ti. Ouvi tua voz contrariada dizer-me: "adeus". Virei-me, em pânico. Vi os teus olhos pedirem: "Fica!", mas respondi com voz trêmula: "adeus". Parti trôpega. Minutos depois... multiplicava-se em mim o virus do arrependimento por não ter ficado, por não ter voltado. Teu agito, teu olhar, tua voz não me deixam em paz. Empurraram-me de volta ao restaurante, uma, duas, três vezes. Desolada, vi que não estavas lá. Todas as noites fecho os olhos e vejo os teus gestos, teu olhar, tua voz repetidos como música tocada em um disco de vinil arranhado. Onde estarás?
Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 23/07/2021
Alterado em 23/07/2021
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