ALFAVACA OU MANJERICÃO
ALFAVACA, BASILICÃO, MANJERICÃO ROXO, MANJERICÃO VERDE, MANJERICÃO MIÚDO
(Do meu livro esgotado Animais que Plantam Gente -
págs 43/46. Saiba mais: https://www.recantodasletras.com.br/analise-de-obras/5284132
Há um dito popular que afirma: “Se o assunto é futebol, política, religião e mulher... não se discute”. O povo tem razão. Quando as opiniões se divergem muito, é melhor nem discutir, senão pode até virar inimizade.
São tantas as denominações populares atribuídas à planta que convido vocês para visitarem, a partir de agora, que não seria demais incluí-la como um novo item nos assuntos polêmicos abordados pelos entendidos em temperos e especiarias. Às vezes, dou risadas quando alguém se aproxima do meu canteiro de “Manjericão” e comenta:
- Que linda é essa Alfavaca! Você tem Manjericão?
ou
- Lá na minha terra isso é Basilicão. Parece com a Alfavaca.
ou
- Manjericão é o da folha “miudinha”... (e apontando para o orégano, continua...) Veja! É aquele ali.
Como se não bastasse, ainda há a dificuldade para distinguir, visualmente, o manjericão miúdo da planta conhecida como manjerona e até mesmo do orégano, em razão de terem características muito semelhantes.
Até cientificamente, há os que lhe atribuem nomes diferentes, de acordo com o tamanho de suas folhas, embora o sabor e o perfume sejam idênticos. Há, por exemplo, quem chame de Ocimum Gratissimum ao Manjericão de Folhas Largas Dentadas e de Ocimum Basilicum ao Manjericão de Folhas Miúdas, mas a maior parte da bibliografia consultada associa ao Ocimum Basilicum o nome Alfavaca ou Manjericão das Folhas Largas.
Plagiando os cariocas, indago: É mole!?
Para evitar maiores confusões, coloquei no centro do canteiro plaquetas com os vários nomes populares da planta. Como lá tem o Verde e o Roxo, bem como a outra que me presentearam como sendo Basilicão, ficou faltando mesmo só o miúdo, que já estou providenciando.
Pensei:
- Pode ser que assim eu consiga agradar a gregos e troianos.
A emenda ficou pior do que o soneto, porque agora mesmo é que a polêmica se acirrou.
Se vocês tiverem alguma idéia melhor, me avisem, por favor.
Essa pequena planta herbácea, muito cheirosa, que mede de 20 a 50 cm de altura, é originária da Ásia e foi introduzida no Brasil pela Colônia italiana. Na Itália, de onde veio, era considerada um dos símbolos do amor. Já na Grécia Antiga, representava luto. Há quatro mil anos, os hindus, precursores na cultura do manjericão, o exportaram para o Egito. No século passado, foi muito usado pelos sapateiros para atenuar o cheiro do couro.
Possui caule fino e ereto, pequenos galhos com folhas ovais nas cores verde ou roxa e sementes muito pequenas e pretas. Não é amante do frio, mas produz o ano todo em solo bem adubado e meia-sombra, se suas sementes forem plantadas diretamente no canteiro, em sementeiras ou na forma de estacas. Após a colheita, suas folhas podem ser conservadas frescas em um vidro fechado com azeite, ou desidratadas e guardadas em recipiente também fechado protegido da luminosidade e umidade.
Muito usada na culinária, suas folhas podem ser adicionadas a molhos, recheios de tortas salgadas, pizza, pastéis, omeletes, vinagrete e saladas, preferencialmente na fase final do preparo, para não comprometer seu aroma. Servem também para compor o tempero de carnes vermelhas e brancas. São utilizadas ainda para fazer chás e acrescentar um gosto diferenciado aos sucos de frutas.
Seu perfume inconfundível dá aos alimentos um sabor especial. Dizem os esotéricos que seus galhos, espalhados pela casa, trazem harmonia e vigor ao casamento. Plantada em vasos, inibe a entrada de energia negativa e se constitui em um dos itens que compõem o famoso vaso de sete ervas. Nos tratamentos com florais, é indicado para pessoas desorganizadas e indisciplinadas. Está cotada entre as plantas que possuem efeitos afrodisíacos.
Suas propriedades terapêuticas encontradas em relatos e estudos publicados são bastante importantes.
Como acontece com a maioria das ervas utilizadas para tempero, evita a formação de gases intestinais e contrações estomacais.
Na forma de chá, combate a insônia; auxilia no tratamento dos males das vias aéreas superiores (amidalite, faringite, laringite, aftas).
É diurética e abre o apetite.
Como podem observar, independentemente do apelido que lhe é atribuído - Alfavaca, Basilicão, Manjericão Roxo, Manjericão Verde, Manjericão Miúdo -, importante mesmo é tê-la em casa e fazer bom uso das suas propriedades.
Escolhi chamá-la simplesmente de MANJERICÃO. E você?
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