Chegamos ao final da primeira semana de junho do ano de 2020 com todas as ansiedades e incertezas que recaem sobre nós, brasileiros, desde a Quarta-feira de Cinzas do último Carnaval. Milhões de textos, áudios e vídeos dão conta de cada momento difícil: hospitais abarrotados, falta de equipamentos, mortes, caixões, cemitérios, lágrimas, sorrisos, pacientes recuperados, alta hospitalar, contaminados, presos, multados, internados; profissionais de saúde exaustos, doentes, mortos, sem equipamentos, sem descanso, abnegados, salvos. É uma mistura de histórias sem fim, números, estatísticas, depoimentos, pesquisas, futurologia, orações, medo, pânico, doenças emocionais, mentais, suicídios. Todos os dias os notíciários ocupam 90%(?) do tempo falando sobre o Covid-19 em 90%(?) do mundo. Dizem que o virus surgiu em novembro de 2019. Sei lá se foi ou se não foi. Fato é que aí está atormentando a humanidade.
Este resuminho é só para registrar fatos no tempo, Talvez um dia alguém se interesse em lê-lo, e ir buscar mais informações. Não faltarão!
Tenho dito algo, que não é exclusivo, mas que reforça, todos os dias, a minha certeza sobre a nossa (nossa, seres humanos!) conduta em relação aos demais seres vivos. Trata-se da questão ambiental que - vira e mexe - está na pauta das discussões. A despeito de tanta tragédia provocada por esta pandemia, ou melhor, por causa desta tragédia humana, é visível a recuperação da natureza. Fato é que o sofrimento humano trouxe benefícios à vegetação que está mais saudável, aos animais que estão mais felizes, ao ar - mais puro, aos rios e mares - mais limpos. Basta um olhar atento, afinado com os movimentos da natureza para perceber isto. Basta sensibilidade para compreender essa transformação. Fico contente quando encontro pessoas que percebem, sentem e relatam a respeito desta transformação.
Mas o que eu quero registrar aqui é a conexão que encontrei em uma matéria que minha filha me enviou. A matéria dá conta que cientistas da Universidade de Liverpol, na Inglaterra, analisam as ultimas seis epidemias e promovem estudos sobre a continuidade de contaminação dos seres humanos por virus transmitidos por animais silvestres. E qual é a base do trabalho deles? É justamente a destruição do meio ambiente pelo "homo sapiens". Tão sabidos somos, nós que estamos dando tiros no pé, ao invadir com tamanha voracidade e ambição o espaço dos "outros", destruindo-lhes o habitat e o sustento, fazendo com que seus organismos, fragilizados, adoeçam e transmitam doenças entre si, e, na sequencia, contaminem a própria alimetação já rerefeita e forçosamente compartilhada pelas várias espécies animais, produzindo virus resistentes e letais. Até aí, estava tudo aparentemente bem para os humanos inconsequentes e ambiciosos. Mas foi só uma questão de tempo e oportunidade para que esses virus chegassem a nós, os "sabidões", cegos pelo poder sobre a mãe terra; certos de que éramos capazes de domá-la, obrigá-la a servir aos nossos maiores caprichos. Estávamos convencidos de que poderíamos criar fórmulas mágicas para fazê-la produzir riquezas ilimitadas. Só que o buraco é mais embaixo, bem mais embaixo. Que idiotice, homo sapiens!
Agora, os cientistas da Universidade de Liverpol estão pensando em como ir à fonte do problema. "É aí que a vaca torce o rabo.". Terão que encontrar um jeito de tratar os animais silvestres, para que eles, tendo a saúde recuperada, deixem de transmitir aos humanos essas terríveis pestes. O que você acha disso, caro leitor?