Meus amigos,Estamos em plena seca no Cerrado. Vocês estão tomando mais água, usando cremes na pele e nos cabelos e umidificador no quarto de dormir.Muitos estão com aquele tosse seca que não passa, mais irritados e com os veículos e as casas empoeiradas. Dizemos que nesta época cuspimos pedras no Planalto Central.
Tudo isto acontece e piora a cada dia do nossos inverno mais quente que o verão. É uma trabalheira e uma luta diária para sobreviver a esse tempo adverso. Mas eu venho fazer-lhes um apelo, principalmente aos que vão da porta de um elevador para o carro e do carro para a porta de outro elevador, o da sua casa. Olhem para fora e vejam as plantas morrendo de sede, os pequenos animais silvestres morrendo de sede. Eu moro de frente para a rua. Não sei se sou sensitiva, imaginativa ou se o pedido de socorro das plantas e dos animais - pássaros, borboletas, lagartixas, corujas, minhocas, abelhas, formigas - pode ser ouvido nitidamente. Eles gemem e choram. Experimente molhar uma planta que esteja abaixo da sua janela, ou no jardim da sua casa. Ela exala um perfume forte, como que agradecendo pelas gotas d'água que lhes chegam. A terra está tão dura e compactada que nem uma enxada consegue quebrá-la. Imagine o sofrimento dos animais de maior porte soltos no descampado do Centro Oeste, muitos em fase de reprodução como por exemplo o Tamanduá-Bandeira. E é fogo para tudo que é lado, mais destruição da fauna e da flora, mais descampados, mais seca, mais sofrimento e morte. O que podemos fazer? Ser vigilantes, proteger os pequenos animais, colocando vasilhas com água nas janelas e jardins, molhando as plantas à noite para que elas possam suportar o dia seguinte quente e sem umidade. Podemos fazer campanhas corpo a corpo com vizinhos e amigos, cultivar e cuidar de árvores (pelo menos 10 metros distantes das casas e redes elétrica, hidráulica e de telefonia), realizar compostagem, promover debates, olhar e ver, ver e perceber, perceber e ouvir, falar e falar, mostrar e mostrar. Nosso futuro e de nossos descendentes, filhos do cerrado, são dependentes disso. Vamos nessa? Conto com vocês. Hoje são 25 de julho de 2016. Sandra Fayad.
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