Sobre "Vampiros" de Martha Medeiros
Assim como fazem os animais domésticos em relação ao homem, temos a tendência de confiar em quem parece ser bom, a partir de certas manifestações de doçura, solidariedade, gentileza. Mais cedo ou mais tarde a verdade vem à tona. A menos que sejamos totalmente masoquistas, acabamos sofrendo e tendo que reagir para sobreviver. Ao longo da minha vida, fui obrigada a desenvolver mecanismo de auto-defesa contra os "VAMPIROS" descritos por Martha Medeiros. Mesmo que você esteja cego(a) de amor por alguém que parece ter caído do céu, que chupa seu tempo o tempo todo, vale a pena ler este texto, onde identificará - quem sabe - previamente o(s) seu(s) vampiro(s). Se descobriu FUJA! Garanto que dói menos.
Segue o texto da Martha:
"Vampiros
Eu não acredito em gnomos ou duendes, mas vampiros existem. Fique ligado, eles podem estar numa sala de bate-papo virtual, no balcão de um bar, no estacionamento de um shopping. Vampiros e vampiras aproximam-se com uma conversa fiada, pedem seu telefone, ligam no outro dia, convidam para um cinema. Quando você menos espera, está entregando a eles seu rico pescocinho e mais. Este "mais" você vai acabar descobrindo o que é com o tempo.
Vampiros tratam você muito bem, têm muita cultura, presença de espírito e conhecimento da vida. Você fica certo que conheceu uma pessoa especial. Custa a se dar conta de que eles são vampiros, parecem gente. Até que começam a sugar você. Sugam todinho o seu amor, sugam sua confiança, sugam sua tolerância, sugam sua fé, sugam seu tempo, sugam suas ilusões. Vampiros deixam você murchinha, chupam até a última gota. Um belo dia você descobre que nunca recebeu nada em troca, que amou pelos dois, que foi sempre um ombro amigo, que sempre esteve à disposição, e sofreu tão solitariamente que hoje se encontra aí, mais carniça do que carne.
Esta é uma historinha de terror que se repete ano após ano, por séculos. Relações vampirescas: o morcegão surge com uma carinha de fome e cansaço, como se não tivesse dormido a noite toda, e você se oferece para uma conversa, um abraço, uma força. Aí ele se revitaliza e bate as asinhas. Acontece em São Paulo, Manaus, Recife, Florianópolis, em todo lugar, não só na Transilvânia. E ocorre também entre amigos, entre colegas de trabalho, entre familiares, não só nas relações de amor.
Doe sangue para hospitais. Dê seu sangue por um projeto de vida, por um sonho. Mas não doe para aqueles que sempre, sempre, sempre vão lhe pedir mais e lhe retribuir jamais."
Martha Medeiros
Sandra Fayad Bsb e Martha Medeiros
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 05/06/2013