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Sandra Fayad Bsb
Minhocário de Palavras
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Governo do Distrito Federal - Concursados
GDF - Concursados
Não sou servidora do GDF, mas conheço muitos servidores da ativa, aposentados e concursados.
Fiz alguns concursos públicos na década de 60/70. Em todos eles a provas eram datilografadas, as respostas eram manuais, as correções e os resultados eram apurados e divulgados manualmente, assim como eram também os votos dos eleitores. Mas naquela época nós podíamos confiar no Estado, porque os melhores candidatos apareciam nas listas de aprovados em ordem decrescente e eram nomeados na sequencia  de aprovação, do primeiro ao último lugar, dentro do prazo de validade do concurso. Nunca desconfiávamos da lisura do processo seletivo. Não havia contratações paralelas como ocorre hoje e nem insegurança durante e após o certame.
Tenho visto muita insatisfação das pessoas, principalmente por parte dos jovens, que querem entrar ou melhorar sua performace no mercado de trabalho. Em Brasília e em muitas outras cidades, a falta de oferta de trabalho  em empresas privadas praticamente inexiste, levando os jovens a buscar o setor público, que oferece vagas através de concursos públicos. Os editais dos concursos são complexos, difíceis de interpretar. O programa enorme e com tópicos de avaliação subjetivos, deixando o candidato inseguro antes mesmo da inscrição prévia. As taxas, muitas vezes, exorbitantes e as exigências exageradas já tiram muitos da competição, caracterizando, muitas vezes, discriminação tácita.
Nos anos 60/70, estudávamos bastante para sermos aprovados. Eu fui aprovada em todos os concursos a que me submeti. Mas, durante a fase preparatória para a realização das provas, vivíamos normalmente, trabalhávamos, comíamos, dormíamos e, nos fins de semana, saímos para nos divertir .
Depois de aprovados, éramos convocados em ordem de classificação, tomávamos posse em nossos cargos e éramos respeitados pelo setor público, convencido que estava de que ali estavam os melhores em conhecimento e habilidades para aquele cargo.
Hoje, os jovens massacrados epla competição, "se matam" de estudar, abrem mão de tudo (trabalho, escola, família, alimentação, sono, diversão), pagam caríssimo para frequentar cursos preparatórios massacrantes e até adoecem para conseguir vencer todas as etapas impostas para conquistar uma vaga no setor público (como eu disse às vezes por falta de opção). Quando conseguem um bom resultado e são classificados dentro das vagas oferecidas, não há o que comemorar. Daí em diante, paira muita ansiedade, incerteza, estresse, submissão a regras casuísticas criadas no meio do processo, falta de transparência. Aí o concursado vai parar no psicólogo, desanimado, depressivo...fica todos os horas "navegando" nos noticiários, nos foruns dos concurseiros, numa tristeza de dar dó. Tudo o que ele(a) queria era poder assumir o cargo para o qual foi selecionado, trabalhar através do Estado para a sociedade da qual participa, oferecer seus serviços, conhecimentos, experiências, projetos profissionais  em troca de uma remuneração.
Acho que os gestores públicos deveriam se colocar no lugar dos concursandos e concursados e oferecer a eles o respeito e a dignidade que querem para si mesmos, ao invés de ficarem protelando as nomeações.
  
Todo o DF sabe e comenta diariamente que o Governo do Distrito Federal está contratando pessoas (não se sabe se são aptas ou não) para exercerem funções próprias de profissionais habilitados em Concurso Público, que deveriam estar ocupando essas vagas. Qual é a explicação do GDF para isso? A população quer saber.
Sandra Fayad
Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 12/04/2012
Alterado em 12/04/2012
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