AGONIA DA POESIA
Há sempre um dia em que começa a agonia
Sinto fome, sinto sede, sinto sono
Inquietude, mal-estar, taquicardia.
Afasta-se mais e mais a paz, chega a gastura
Dói o corpo, dói a alma, ranjo os dentes,
Mordo a língua, contraio mais a mão dura.
Leio jornal, poesias dos amigos, leio clássicos.
Que falta de ar, de prumo, de rumo.
Salivação, impaciência, coceira.
Chega! Sai de mim poesia. Sai!
Desembucha, vai!
Não importa o tema, o foco, a direção,
Pode ser Elis Regina e Tom Jobim
Com “Águas de Março” a me embalar.
Pode ser o amor: começo, meio ou fim,
Ou a derrocada econômica de além-mar.
Mas tem dó, poesia!
Desembucha! Sai de mim!
Vai!
Bsb, 13/01/2012
Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 14/01/2012
Alterado em 13/05/2016