RAPIDEZ X RETROCESSO

Capítulo 2

Se por um lado o esforço concentrado pelos economistas e políticos parece se direcionar para o controle e o equilíbrio do mercado de capitais, sinaliza para um grande retrocesso nas ações programadas a favor da preservação ambiental.

Agora é que não serão disponibilizados recursos em prol da despoluição de rios e lagos, enfim recuperação de áreas degradadas em todo o Planeta.

Os jornais e noticiários aqui e ali estão nos mostrando isso, em simples notas como a do Blog do Josias, que relata a atitude do motorista do Ministro do Meio Ambiente. Conta Josias que o chofer aguardava o patrão “...com o ar-condicionado e o motor do veículo oficial ligados ... queimando combustível e poluindo o ar seco de Brasília” à sombra de uma árvore, enquanto este almoçava em um restaurante próximo.

Milhares de fatos semelhantes somados à divulgação de números assustadores de áreas devastadas, águas poluídas, espécies vegetais e animais extintos ou em extinção fazem parte da imprensa diária.  E cidadãos em toda a Terra agem como se isto fosse assunto para alguém resolver, desde que esse alguém seja um indivíduo que não lhe tire ou peça alguma coisa. 

O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) informou domingo, dia 19 de outubro, que, de acordo com as últimas pesquisas publicadas, a mudança climática é mais rápida e profunda do que se previa, e faz um apelo para que a União Européia aumente de 20% para 30% a redução de gases do efeito estufa para 2020. A esse respeito, a UE já havia se  comprometido com o triplo objetivo conhecido como "20-20-20", que consiste em conseguir até 2020 uma redução das emissões de dióxido de carbono de 20%, um corte também de 20% no consumo energético e que 20% da energia venha de fontes renováveis.

No entanto, a crise financeira recente animou o italiano Silvio Berlusconi e o polonês Donald Tusk a chamarem de ridículas as medidas originais. Disseram que vão vetar as propostas de redução da emissão de gases do efeito estufa para evitar conseqüências negativas em suas economias.

Na opinião de Berlusconi cumprir os objetivos ambientais da UE em 2020 sairia caro às empresas, pois só à Itália custaria 25 bilhões de euros, segundo os dados fornecidos por representantes da indústria.

"Nestes momentos de crise, não podemos seguir em frente como Dom Quixotes, enquanto países como China e Estados Unidos são contra", resumiu Berlusconi, acrescentando que a preocupação italiana é compartilhada por países como França, Alemanha e Polônia.

 Já o governo britânico lançou no dia 14 de outubro um plano a partir do denominado Relatório Eliasch, elaborado pelo empresário sueco John Eliasch (aquele que queria comprar parte da floresta amazônica brasileira tempos atrás).

A idéia do bilionário agora é proteger as florestas tropicais em países emergentes, com dinheiro doado por países ricos, em especial o Reino Unido, com vistas a incentivar a preservação das matas tropicais, desde que as ações dêem lucro aos aplicadores. Não é à toa que ele acumulou enorme fortuna.

Portanto, não devemos nos iludir e nem cruzar os braços à espera de milagres.

Preservação Ambiental continua sendo uma questão de consciência individual que, somadas, formam uma consciência coletiva explosiva (radical). E só assim haverá combustível capaz de mover Governos, Bancos e Empresas em direção de uma reforma moral de emergência, a exemplo da reforma em andamento para recuperar as perdas materiais recentes.

Do contrário, é esperar que o próprio Planeta se manifeste.

É uma questão de escolha dos humanos.

"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons."

Martin Luther King

Fontes de Pesquisa:

1. Folha de São Paulo

2. BBC Brasil

3. Blog do Josias