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COMELANÇA
COMELANÇA
Ufa! Comi muito. Exagerei!
É sempre assim na ansiedade,
Mas não foi ela quem aportou.
Quem chegou foi a fe-li-ci-da-de.
Chegou de braços dados com a chuva
Depois dela, a garoinha imperceptível:
Leve como uma pluma calçando luva
Algo assim: suave... calmo...inaudível!
Algo bom... sentido sem ser visto.
Pulmões livres, olhar lubrificado,
Cantos da boca erguidos pelo sorriso.
Os pés? Querendo saltar lado a lado!
Família bem humorada, amigos festivos
Passarada em as...simétrica cantoria
Minhocas, lagartixas, cães, borboletas:
Todos a comemorar o fim da letargia.
Plantas das mais tenras às encorpadas,
Que murchas e minguadas adormeciam,
Erguem os braços inflexíveis: espadas!
Ao invés de guerra, o ar puro acariciam.
Eu ali faminta de beleza e alegria,
Depois de caminhar, esticar e agradecer,
Ganhei um quilo de gordura na bacia.
Alegrei até os radicais livres sem querer.
Bsb, 21/09/2008
(comemoração da chegada da chuva, na véspera da primavera)
Sandra Fayad Bsb
Enviado por Sandra Fayad Bsb em 22/09/2008
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