Neste começo de ano, a dengue tornou-se a pandemia mais preocupante na maior parte do Brasil, especialmente em Brasília. Os casos de Covid, chicungunha e outras viroses continuam existindo concomitantemente. Mas a dengue se tornou a protagonista do teatro institucional e da imprensa. Na minha família há pelo menos dois casos de dengue. Resolvi então preparar para nós um repelente caseiro, à base de citronela, planta que temos em abundância na horta e que é fácil de conseguir em outros locais próximos. Acrescento cravo da índia, álcool, fixador de sabão de coco e essências perfumadas. Coloco em um pulverizador pequeno de plástico e aplico na casa ao anoitecer, ainda com as janelas e portas bem abertas para que os pernilongos e outros insetos saiam. Afinal, eles geralmente não morrem. Fogem! Depois de alguns minutos, fecho bem a casa para evitar que retornem. Contei no Grupo Amigos da Horta sobre o repelente, que é eficaz e barato, e que não contém substâncias prejudiciais a crianças e animais domésticos.
Em poucos minutos, começaram a chegar encomendas. Resolvi topar o desafio e, enquanto eu preparava os 10 primeiros frascos de 500 ml, já havia chegado mais duas dezenas de pedidos. Necessitei ir às pressas ao mercado comprar os insumos e as embalagens que faltavam e pus-me a produzir o repelente todos os dias durante duas semanas, até altas horas da noite. Fiquei exausta porque os pedidos chegavam, desde o interfone da minha casa até as mais variadas mídis sociais em que participo. Eu devia preparar o composto, anotar pedidos, conferir os créditos do PIX, entregar encomendas, dar baixa na listagem, atender ao telefone, conversar com os que apareciam na minha porta em horários não programados. UFA!
Resultado: fechei a fábrica, pelo menos até depois do carnaval.