Neste momento está sendo enterrado mais um amigo, vítima do Covid, em Belo Horizonte.
Talvez muitos não saibam. O jovem cirurgião-dentista, motociclista de carteirinha, Helder Castro, era um bom leitor e poeta. Líamos um ao outro e conversávamos sobre nossas reflexões na rede social.
Foi meu hóspede e participou de um pequeno evento poético na minha casa em Brasília. Em 2013, leu o livro “Histórias de Jorge, o Batuta” e enviou-me a seguinte mensagem:
"Dinda, quase meia noite de ontem, acabei de ler seu livro.
Batuta! Acho que descreve bem seu pai! Pelo que li, entendi e senti, Jorge era/é um sujeito positivo, alegre, persistente, determinado, otimista, corajoso, valente, amigo, simples, apaixonado pela vida, enfim, batuta mesmo, na extensão da palavra.
Quanta dificuldade, né, Dinda? Quanta beleza também ... Parece-me que a facilidade torna as pessoas, os acontecimentos e os sentimentos frouxos, chochos, carentes de vida, pobres de emoções verdadeiras. A história do Batuta não, ela é rica, viva, pulsante, comovente, instigante, estimulante! Quanta sorte suas em terem tantas dificuldades ... (paradoxal, né?) Fico feliz por você ter tantas boas lembranças, fico grato por dividi-las conosco.
Chorei algumas vezes, quando li, mas não fiquei triste. Em qualquer momento da narrativa a energia de Jorge fazia prever sucesso ou, pelo menos, graça à frente. Gostei, ainda, dos depoimentos. Bom, Dinda já lhe descrevi com muitos adjetivos antes, mas, agora, tenho um definitivo: VOCÊ É BATUTA, DINDA!
Lendo seu livro, fiz uma descoberta científica: "batutice" é transmitida geneticamente! Espero ser contagiosa também! Beijo grande de seu afilhado emprestado. Salve, Jorge!
Vá, de braços dados com a Luz, ler e declamar poemas para Legiões de Anjos, meu Amigo!