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Sandra Fayad Bsb
Minhocário de Palavras
Meu Diário
12/09/2013 20h51
Lendo e comentando "A Revolução dos Bichos", de George Orwell

Sobre “A Revolução dos Bichos” de George Orwell

 

George Orwell viveu quase exatamente a primeira metade do século XX (1903-1950), período em que ocorreram as duas guerras mundiais, a guerra civil espanhola e que Ghandi conquistou a liberdade da Índia do jugo inglês, através da tese da “não violência”.  Assim como Ghandi, Orwell é indiano, educado na Inglaterra e observador e crítico político, inclusive na condição de combatente em terra alheia. Serviu na Birmânia e combateu na guerra civil da Espanha.

Trata-se de uma fábula muito bem arquitetada, onde cada personagem representa  um tipo humano, mantidas suas características físicas. No primeiro momento, mostra a insatisfação dos “seres” com o tratamento que lhes era dispensado, sentem-se explorados,  maltratados, subjugados. Eliminam a causa da sua infelicidade, expulsando o causador (o dono da granja e seus auxiliares). Tomam conhecimento do acervo existente, realizam várias ações no sentido de reorganizar o espaço, definem atribuições de acordo com as necessidades do grupo e as habilidades individuais, reafirmam seu domínio sobre o espaço através de luta corporal, criam slogan, bandeira, hino e começam a produzir e a se protegerem sob o comando do líder da revolução ( o porco Bola de Neve). No entanto, sua gestão foi interrompida quando decidiu dar um salto de modernidade no trabalho do grupo  - (construir o moinho de vento). A traição vem através da força ( porco Napoleão e seus cães treinados)e se impõe através do seu porta-voz (Garganta), que se encarrega de pregar a perseguição ao ex-líder, exaltar as qualidades do golpista, e da implantação das novas regras e  neutralização das reações contrárias. E para deixar claro quem é que mandava, o novo comandante executou em praça pública os desafetos, fechando assim as portas a quaisquer novas resistências. Feito isso, aliou-se aos opressores da vizinhança, tornando-se um deles, podendo inclusive dividir com eles os louros da dominação da massa popular.

 A obra é atual e - sem pessimismo, mas com realismo e desesperança – é eterna e real, desde que o homem resolveu se organizar em sociedade para obter da terra os bens necessários à  sua subsistência com menor sacrifício individual.

No entanto, há quem sonhe com o mundo mais justo. No livro “Após o Capitalismo – A visão de Prout para um Novo Mundo”, que encontrei por acaso na Biblioteca Central de Lisboa, há a seguinte explicação: “ A excepcional importância do sistema Prout reside em dois pontos fundamentais: a integridade e a viabilidade. Todo o sistema parte de uma correta compreensão do ser humano, pessoal e coletivo, e o autêntico desenvolvimento humano...Em cada pessoa atuam três dimensões: o físico, o mental e o espiritual. As três tem que ser desenvolvidas articuladamente , caso contrário, ou não há desenvolvimento ou o desenvolvimento produz injustiças e muitas vítimas. Exatamente o método Prout foi pensado para criar o desenvolvimento com equilíbrio (“Pramá”) e com harmonia. O resultado será o bem-estar e a felicidade de todos.”

                                                         Sandra Fayad                                    (10-09-2013)                         

 

 

Publicado por Sandra Fayad Bsb
em 12/09/2013 às 20h51
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