26/04/2010 22h18
A Admirável Face Portuguesa
A Admirável Face Portuguesa
Assim que voltamos ao Brasil, queríamos revelar as fotos e visualizar as imagens da filmadora para conferir se, de fato, haviam sido registrados os momentos mais importantes. Depois vieram as perguntas dos familiares e amigos.
“Melhor reunir o pessoal para contar tudo de uma só vez”, pensei.
“Que nada! O povo quer mesmo é matar a curiosidade logo,” concluí.
E haja bis!
No nosso caso, aventuras inimagináveis foram de um ao outro extremo, sem nenhum exagero. É certo que alguns acontecimentos eram previsíveis; outros ultrapassaram as boas expectativas, mas, em relação a uma parte da viagem, conhecemos o que se poderia chamar de desastre. No primeiro momento vamos nos concentrar naquilo que foi bom porque Shirley e eu, sem falsa modéstia, somos pessoas positivas.
Tipo assim:
“Tenho uma boa e uma má notícia para você. Qual prefere primeiro”?
“ A boa, é claro”!
Quem conhece Portugal poderá confirmar minhas impressões, ou discordar sem problemas. Aqui no Diário de Catalão o espaço é democrático e os editores sabem lidar com as diferenças. A propósito, cabe registrar os agradecimentos à Redação pela bela reportagem acompanhada de fotos com que nos brindou na edição de 14 de abril. É baseada nela que vou lhes contar como tudo aconteceu. Confiram!
A partir de 2005, tornei-me internauta. Comecei a publicar alguns poemas que escrevera ainda na adolescência, em Catalão. Certa vez, em um site de amizades, conheci o poeta português Fernando Rodrigues de Oliveira, o Ferool, que gostou de ler alguma coisa que escrevi e resolveu divulgar meus textos em um Jornal de Literatura Lusófona, intitulado Jornal’Ecos, de sua propriedade e da editora e escritora Vânia Moreira Diniz, residente em Brasília, de quem também me tornei amiga real. O Jornal reunia autores de vários países de Língua Portuguesa, alguns famosos, renomados, outros até então desconhecidos como eu. Lamentavelmente a publicação foi desativada em 2008. Através desse veículo quinzenal de comunicação conheci virtualmente Arlete Piedade, com quem troquei e-mail e mensagens on line durante todo esse tempo. Arlete é uma poetisa permanentemente apaixonada, dinâmica e capaz de reunir em torno de si pessoas e grupos do seguimento literário com facilidade, graças ao seu carisma. Através dela, há cerca de dois anos, conheci Daniel Teixeira, um jornalista muito culto e disposto a divulgar permanentemente textos de autores do mundo lusófono no Jornal Raiz On Line, que criou e que conta com a valiosa co-edição de Arlete. Mais recentemente esta amiga querida foi convidada para ser locutora da Rádio Ondas Musicais, onde me apresentou ao seu proprietário, o energizado e divertido cantor e poeta Gabriel Castanhas.
Através desses três portugueses que gostam do nosso jeito de ser, fui conhecendo mais pessoas no Brasil e em outros países lusófonos.
Quando comuniquei à Arlete que iríamos visitar Portugal, ela imediatamente começou a organizar um evento para nos receber. E que evento! Foi uma festa grandiosa com a presença de mais de cem pessoas, que nos emocionou pelo carinho com que fomos recebidas, pela importância que deram à nossa presença e pelos gestos refinados com que nos aplaudiram e abraçaram. Eu me senti ao mesmo tempo em casa e como personagem na realeza da Pátria Mãe.
Foi assim também na “Feira de Preços Loucos”, onde deixamos livros expostos à venda. Ali na “Estação Oriente” do Metrô, ao lado do Shopping Vasco da Gama, às margens do rio Tejo, onde se concentra diariamente considerável número de pessoas, um dos dois editores que expunham os livros de seus clientes, abriu-nos uma exceção e apresentou ao público durante três dias os livros que lhe entregamos, em balcão privilegiado.
A delicadeza da atenção se repetiu na Biblioteca Central de Lisboa, vizinha ao nosso hotel, onde a diretora Luisa Pires recebeu nossas doações como se fossem jóias preciosas.
Nas livrarias também o atendimento é digno de aplausos. Gerentes e vendedores explanaram, sem pressa, sobre o conteúdo dos livros que julgavam ser do nosso interesse, despreocupados com o retorno financeiro pelo tempo dedicado a contar mais um pouco sobre a cultura e curiosidades de seu País.
De fato, ficou a melhor das impressões sobre os portugueses que atuam na área da literatura.
Publicado por Sandra Fayad Bsb
em 26/04/2010 às 22h18
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