30/09/2009 16h49
Conto Minha Tristeza, porém esperança
Hoje estou um pouco triste, não só porque perdemos 2,80 m X 10 m da nossa horta comunitária; não só porque gastei R$ 300,00 com serviços ( mão-de-obra); não só porque gastarei mais ou menos R$ 500,00 para acomodar as plantas que conseguimos evitar que se transformasse em lixo ou que ficassem soterradas sob a calçada a ser construída pelo vizinho. O que me incomoda é perceber que fatos como este só conseguem despertar em algumas pessoas desejo de obter vantagens, seja recebendo doações de plantas, seja oferecendo serviços caros, seja defendendo o interesse contrário. Sou fã da imprensa que quase sempre adota atitude isenta. Novos fatos se incorporaram de forma desanimadora ao incidente. Após um encontro rápido com parente do “Ratilim M”, sábado, em que esclareceu estar satisfeita com a solução dada ao problema, esteve ontem no local o próprio, que afirmou necessitar de mais um pouco do espaço da horta além daquele que ele próprio havia demarcado, justamente onde está um lindo pé de jurubeba, carregado de frutinhas. Gentilmente, chamei atenção dele para o fato. No entanto, parece não ter considerado meus argumentos. Descarregou e espalhou grande quantidade de pedras sobre o local e se foi. Pela manhã, acessei os sites do Governo Federal e Local, que tratam de preservação ambiental para localizar alguma Lei que nos garantisse claramente o direito de manter o espaço público, denominado “área verde”, com as plantas. Liguei para o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e para o IBRAM (Instituto Brasília Ambiental) órgãos que escrevem E FAZEM CUMPRIR esses dispositivos, mas só consegui que ficassem me passando de um para outro telefone e que, por fim, me mandassem para a Administração de Brasília.
Como sei que de lá iam me mandar fazer o caminho de volta, parei por aí. O Governo do Distrito Federal não divulga e-mails para consultas ou reclamações. Há um telefone, o nº 156, que é de atendimento telemarketing (registram e informam o número do protocolo e o prazo de 15 dias úteis para providências). Caso não ocorra, é necessário renovar por mais 15 dias. Até lá, a calçada do vizinho já estará velha. Por isto, venho tirando fotos.
Pretendo procurar pessoalmente a Administradora de Brasília que, em encontro na casa do Governador, se propôs a encaminhar a proposta de aperfeiçoamento e multiplicação do projeto.
Hoje, ainda pela manhã, compareceu à Horta a Sra. Marilda, servidora públicada área da saúde, que sempre nos apoiou e incentivou. Desta vez, pude perceber que veio sob encomenda. Trouxe alguns vasos de barro como doação e defendeu de forma veemente os interesses do vizinho. Estranhei. Suponho que deve ter descoberto que se tratava de algum amigo pessoal e resolveu advogar sua causa, demonstrando estar ao par de alguns acontecimentos que não foram divulgados.
Tenho a impressão que, mesmo depois do abaixo assinado com mais 200 pedidos pela preservação da horta, mesmo depois do atendimento das exigências, mesmo depois da disposição para continuar negociando uma solução pacífica, vamos continuar a ter problemas com esse senhor, porque ele altera seus posicionamentos ao sabor dos seus desejos momentâneos.
Pergunto-me: por que será que essa pessoa odeia tanto plantas? Terá sido abraçado por alguma planta carnívora nas campanhas pelas florestas? Ou foi espetado em área importante do corpo por algum espinho ou galho? Será que sofre da necessidade de aparecer? Elegeu-nos seus inimigos de uma guerra que inventou? Quer criar divisões, desestabilizar? Estávamos tão bem aqui. Tudo ia de encontro à idéia de expandir o projeto no Plano Piloto de Brasília, capital do meu país, coincidindo com a implantação do Parque Burle Marx, a 300 metros de distância da Horta. Burle Marx é o pai do paisagismo no Brasil.
«por morrer uma andorinha não acaba a Primavera» mas dói.
Recuso-me a acreditar que esse projeto vai morrer, retardar ou ser, de alguma forma, prejudicado por causa de um “cidadão” intransigente. Espero que o Grupo Amigos da Horta se movimente e faça valer sua assinatura, seu voto.
Publicado por Sandra Fayad Bsb
em 30/09/2009 às 16h49
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