Hoje eu estou me lembrando muito do papai. À medida quea gente envelhece fica mais claro certas frases e atitudes dele. As vezes sentava à mesa e dizia: "eu fazia tanta coisa...já fiz de tudo um pouco...quando eu era novo carregava o caminhão, arrancava toco, trabalhei em tantas obras...acordava as 4 hs da manhã e nem ficava cansado.  Outras vezes,  quando o criticavam ou riam de sua fala desatualizada, ele  olhava para a pessoa com os olhos marejados e dizia: Você é  muito sabido, né? 
Os jovens, que não  aprenderam a aprender com os mais velhos, são assim mesmo, eu dizia. Ele se calava. Eu achava que criticavam ou riam dele porque era um roteiro, um peão, um velho que fugiu da escola.
Mas hoje sei que não era isso. O que acontece é que os mais jovens se julgam melhores e mais importantes do que os mais velhos.  Para eles tudo: o melhor carro, a maior mordomia, a subserviência, a mais glamuriosa festa ou viagem. Para os velhos,  restam a doação ou a guarda da velharia e da unutilidade provisória ou definitiva de objetos de suas casas, que devem estar bem bonitas pata receber os "amigos". Para os velhos, levam também de vez em quando algum docinho. Entram sem avisar. Velho não precisa de privacidade. Saem rapidamente.  Casa de Velho tem cheiro de velharia, de mofo, de pum. Quando vão tomar água na casa dos velhos,  sempre olham se os copos estão bem lavados. Lavam novamente muitas vezes. Velho não tem força  nas mãos, não enxerga bem. Evitam comer da comidinha caseira que tanto gostavam quando crianças. É sem graça, ruim. Melhor é  pedir um ifood. Opinião de Velho entra por um ouvido e sai pelo outro.  Não serve para nada. Conselho de Velho é  agressão.  Melhor se afastar para não ouvir. Depois de algum tempo juntos  casais jovens costumam ter problemas  de relacionamento em função da educação que receberam. Então a mocinha acha a sogra,  cunhados, sobrinhos, primos um saco. Critica de leve, dá desculpas para evitar a convivência mais próxima , reclama ao mocinho, que aparentemente concorda com um "salutar" afastamento.  Dias depois é  o mocinho que vê  na família  da mocinha dificuldades semelhantes. Então, ela também que que dar um chega pra lá  na própria  família. A vida segue até que a mocinha - sempre mais atarefada que o mocinho com as responsabilidades com casa, crianças, trabalho - percebe que levou a pior é passa a cobrar mais participação do mocinho, que não  gosta muito disso.  A vida segue... os velhos sentem, veem,  premeditam o caos. Mas, na cabeça deles, os velhos nada entendem de relacionamentos, nunca foram jovens, têm que respeitar a privacidade, "naquele tempo era diferente ". 
Os velhos, que viveram e viram esse filme três ou quatro gerações, sorriem. Parabéns aos jovens, aos casais jovens, aos filhos, netos, bisnetos que repetirão os mesmos passos, aceitarão e errarão da mesma forma.  Parabéns a8s que hoje são altos executivos, com o glamour e os privilégios das suas atividades produtivas. Aproveitem! Amanhã, quando vocês forem velhos aposentados, cairão  no mesmo ostracismo dos seus velhos, porque tudo é  transitório. A efemeridade os alcançará muito mais rápido do que imaginam.

A reportagem da TV Record  acabou de sair daqui. A previsão é que a matéria seja veiculada amanhã,  a partir das 8:30 h, no Programa Fala Brasil.
O tema será  compostagem,  separação correta do lixo doméstico.
Futuramente farão nova matéria sobre as demais atividades desenvolvidas pelo Projeto.

!8/06/2022

Poema de Lippia Alba

Há perigo no ar

Riscos altos de tragédia

O que virá? Um golpe fatal?

Não, não se trata de comédia.

Percebo as ameaças

Novamente tenho dificuldades

Não consigo processar tudo

Há torcida organizada

Há trama bem estudada

Ou vai ou racha!

Já não sei o que fazer

Para onde ir, se for...

Já não sei o que pensar

Há perigo no ar.

19/06/2021

Em 17/01/2022 a Rede Globo veiculou mais uma reportagem sobre nossas atividades dd horta urbana na Asa Norte,  em Brasília. 

Findas as comemorações meia boca dos eventos de final de ano, a temporada de filmagens voltou com força. Os atores, ainda ressaqueados, pensavam no seu bolso que havia se esvaziado no último ano. A ´protagonista e o coadjuvante, cada vez mais unidos no seu propósito de eliminar as barreiras do sucesso absoluto, adotaram novas estratégias de trabalho. Resolveram visitar juntos a família do desafeto, no caso específico, de Lippia Alba,  desafeta ou barreira-provedora. Assim, muito simpáticos, com gestos e palavras bem escolhidas foram realizando sua campanha eleitoral. Competentes, deixavam a melhor das impressões àqueles que, carentes de afeto ou invejosos das suas  facilidades e status, conquistados às custas do trabalho de mais de 50 anos da desafeta, apladiam com sorriso amarelo.

A sutileza aprendida ao longo de anos de tempo para criar deixava marcas e questionamentos sobre a atual sanidade de Lippia Alba. Mesmo conhecendo-a bem, não era difícil supor que  idade avançada e efeitos do isolamento devido à pandemia estivessem provocando alterações nos seus neurônios. Esse raciocícinio vai de encontro a um dos planos da dupla. Interditação judicial. Para saber como funciona e em que circunstância pode solicitar, protagonista foi visitar a meia irmã no interior de Sampa. Esta havia contado que interditou a própria mãe, porque estava gastando muito, descontroladamente.  Mirou-se também na experiência recente da prima, que agora controla toda a vida finaceira do pai. Foi imposição para ajudá-lo nos negócios. Mas a verdade é que todas esses pessoas na faixa de 70 anos, estão gozando de plena saúde física e mental. Algumas frases tem sido repetidas como "bricadeiras" de mau gosto. Por exemplo: "No futuro sou eu quem vou escolher o seu asilo. Se você não me viu nascer, (à época isso era normal nos partos cesarianos) posso nao ser sua filha". "Vim trazer esses biscoitos, esse doce. É uma delícia. Eram  produtos vencidos.. Lippia Alba percebe tudo, mas silencia. Pensa no qe fazer. Um testamento? Talvez.